Após a formação do lago da hidrelétrica Irapé, em Minas Gerais, houve uma infestação de vermes nos peixes e aumento da presença de pequenas piranhas brancas e escuras. Além do consumo de carne crua ou mal cozida de peixes, qual outro meio de ingerir os vermes e o que pode ter promovido o crescimento da população?
O produtor Ricardo Martins Marcelino, preocupado com possíveis peixes infectados com vermes, perto da usina hidrelétrica de Irapé, escreveu ao globo rural para saber se isso seria mesmo possível. Mas segundo o pesquisador Eduardo Makoto Onaka, do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Continental, Instituto de Pesca, APTA-SAA, isso não seria muito evidente, pois em geral, os parasitos presentes em peixes brasileiros não infectam os seres humanos.
Embora seja possível, a infecção dificilmente ocorre pela ingestão de água ou de carne mal cozida, contendo larvas do verme. É necessário que haja outros elementos envolvidos no processo, tais como baixa imunidade do consumidor e quantidade de larvas ingeridas, entre outros.
Em um ecossistema natural, sem muitas variações, a presença de vermes no ambiente é sazonal, podendo aumentar ou diminuir de acordo com a época do ano. Com a formação do lago, no entanto, algum tipo de benefício para o ciclo de vida dos parasitos deve ter ocorrido, aumentando a sua proliferação e desenvolvimento dos peixes no local, como as piranhas. Represamento do rio, com alteração da profundidade e correnteza, e alagamento de áreas plantadas, cuja vegetação decompõe-se e altera as características físicas e químicas da água, tornou o habitat diferente do original. A mudança do ambiente fez com que uma espécie de peixe tivesse mais vantagens do que outra, seja por sua melhor adaptação ou pelo malefício sofrido por outras espécies.
Fonte: globo rural
Adaptação: Revista Agropecuária
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